sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

JANEIRO

Como podemos amar inteiro e se sentir tão metade ? Olhar o céu e sentir toda aquela intensidade, mas não queimar ? Ela era assim. Ela ia do tudo ao nada. E um minimo silêncio era o suficiente para devastar o sorriso mais encantador que ela tivesse dado. Mas amor, não foi por querer. E o amor a curava, mas também a destruía. Virou mais uma rua. Andava a passos largos, quase correndo. Respirou fundo. O oxigênio faltou. Escorregou na parede devagar. Levou as maos ao peito, quase como se tentasse seguras os pedaços de si mesma. O mundo girou. Era uma dança solitária e fria. Rodopiando de um jeito que a fazia querer correr. Mais uma vez tentou respirar, mas tudo estava entalado. As palavras guardadas a sufocavam. E todos os dias ela tentava apenas sobreviver a tudo isso. Conseguir chegar ao fim do dia. E então , ela transbordaria. "No dia seguinte tudo estaria bem. " — ela pensava. Um jeito falho de enganar a si mesmo. Mas ainda assim, ela era imensidão no meio de tudo isso. A imensidão mais bonita que meus olhos já conseguiram ver. E assim, ela se foi. 

5 comentários:

Lucas - Blog: Overture disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lucas - Blog: Overture disse...

Curiosa excentricidade com que algumas pessoas vivenciam o amor! Curiosos extremos! Talvez amor seja sempre o mesmo, e nós é que o vivenciamos à medida do que somos! esse amor que muda de estação numa palavra ou falta dela, esse amor que cura mas destrói... Como é difícil conecta-lo a alguém que nos entenda e aceite dessa forma! A excepcional carga dramática de teu texto, e a extrema beleza com que o trouxeste a nós são raros! Extremamente belo! Beijossssssss

Brenda de Moura disse...

Nossa! Muitíssimo obrigada por suas belas palavras tambem!

Laíza disse...

Meus parabéns. Eu sempre estou a navegar neste rio de imensidões inspiradoras. O amor, um tanto incompreensível, porém transbordante de sentimentos. Lindas palavras do seu texto.

Brenda de Moura disse...

Obrigada Laíza, venha sempre que puder e quiser