“Oh, baby, take me, take me,
Before they turn the lights out.
Before time is run out. (...) ”
_ John Mayer, xo.
Ir embora nunca foi um caminho fácil a se escolher. A maioria das pessoas vive sem esperar que este dia chegue. Mas, as despedidas vem para todos. E comigo não seria diferente. Sempre vemos algo partir, ou alguém. Quem sabe os caminhos que a vida nos reserva? E foi assim que eu vi você partir. Um dia estava aqui, segurando minha mão e no instante seguinte havia um vazio. E eu ja estive neste abismo antes. Então eu estava flutuando. A gravidade não era nada agora, nem o silêncio. Não havia dor, era tudo apenas uma melancólica escuridão, fria e solitária. Havia um leve tremor, nas mãos, nos lábios e no coração. Era quando o medo me tomava. Ele me roubou. Eu também parti. Havia apenas um corpo presente naquela sala empoeirada, abandonada pela despedida nunca dita. O que fazemos quando o amor transborda e nos transcende? Para onde vamos quando ele escorre por nossas veias e cai pelo caminho? O que dizemos quando o silêncio nos enlaça e envolve nossos lábios? E então eu transbordei. Neste instante a dor derreteu e desaguou em forma de lágrimas. E aquele frio se transformou em calor em um corpo febril e abatido da guerra. Doce gravidade, que me empurra para baixo. Mesmo que em alguns instantes eu sinta que tudo ficará bem, não podemos fugir do que foi dito, mesmo que em forma muda. Não temos como apagar a frustração do que nunca chegou a ser dito. Ir embora seria uma ótima solução. Mas, independente de onde eu esteja, meu coração sempre será o mesmo. Ouço as últimas notas tocando enquanto faço uma prece. Desejo de todo o meu coração que regresse.
2 comentários:
"Ouço as últimas notas tocando enquanto faço uma prece. Desejo de todo o meu coração que regresse."
Perfeito.
Nem preciso dizer mais nada. Concordo com o que foi dito acima.
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