domingo, 9 de setembro de 2012

Existem várias pessoas e existe você

Eu me recostei na cadeira procurado uma forma de distrair a minha mente de você. Não sei o que tem de diferente hoje, só sei que tem uma vontade grande de te querer. Só de sentir o teu cheiro, o do teu sabonete, já provoca em mim coisas que eu preciso não querer. Porque só de te olhar eu sinto aquele arrepio que corre dentro de mim, me transborda e brota em forma de arrepio. Só de te sentir respirar tão perto me causa esse desejo incerto. Aquele, onde eu rompo as barreiras, te beijo, a começar pela nuca descendo minhas mãos enquanto as tuas percorrem uma trilha por minha cintura nua. Parei dois segundos na porta só pra te ver dormir. Balancei o pé direito tentando encontrar um meio pra não pensar em ti. Tentei esquecer a cor da tua boca vermelha e não pensei nos teus olhos verdes, que minto e digo que já nem lembro mais. Eu finjo que durmo quando tô do teu lado, mas a verdade é que fico te olhando, decorando teus traços, desenhando na minha mente vários retratos de ti, que chamo de mô. Se digo que não lembro, minto. Quando digo que não sei mais a cor da tua pele tão branca ou que não sei que sinais estão desenhados no teu rosto é só pra te manter longe um pouquinho, porque se você chega perto eu esqueço o que prometi, eu quebro, eu despenco aquelas ladeiras e volto pro ponto onde quero tanto te ter. O ponto mais alto, do calor do teu corpo no meu, enquanto algum lençól fica por aí perdido fazendo par as nossas roupas no chão. Ah, falando em chão eu lembrei do sonho que tanto me deixou muda. Não entenda de forma ruim, mas eu finjo que não quero pra tentar convencer meu corpo a não querer. E conto os dias pra outra vez tornar aquele sonho real e poder mostrar pra você que eu fiquei guardando tanto amor. E deitar do teu lado é o que me faz um bem danado. Como um gole de café pra quem precisa virar a noite acordado. Você quase pode sentir o vaporzinho queimando, me esquentando. E aí faço força pra resistir, pra não me deixar ir quando você solta aquele sorriso bobo e me olhar com calma, maroto. Bato na mesma tecla querendo encontrar palavras certas e te dizer o mesmo quando te ouço dizer "eu te amo". Tá gritando aqui dentro, querendo ser mais, como as ondas do mar batendo nas rochas com a suavidade de pétalas de flores, como as tuas cobertas que nos acolhem, ou a água quente do nosso banho e depois a toalha que a gente bota pra depois tirar. Com a paz que sinto quando o menino branquinho deita no meu colo, pedindo meu carinho sereno, tirando de mim a incerteza da porta aberta. Existem vários tipos de pessoas e existe você, existe você que existe pra mim. Que vem molhar a minha boca seca, passar as mãos nos meus cabelos, ou encher os meus ouvidos com palavras de manha, completando o meu corpo com o teu corpo. Eu queria conseguir traduzir essa inquietude que quebra a calmaria da beira do mar, mas não encontro as coisas certas. Mas você sabe, parece entender sem nem eu mesmo falar. Me vem com teus abraços, dizendo 'te amo' e calando assim uma voz que nem eu mesma entendo o que tenta gritar. É que eu te amo menino, amo tanto que nem eu sabia que podia amar.

2 comentários:

Áurea Manuele disse...

tuas palavras aconchegaram os meus sentimentos...

Brenda Moura disse...

É bom saber que as palavras trazem aconchego, venha sempre que precisar (: