quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Capitão Gancho

"Se não fossem as minhas malas cheias de memórias
Ou aquela história que faz mais de um ano
Não fossem os danos
Não seria eu"



Quantas coisas, lembranças e pessoas fazem de você o que você é hoje?
Quantas vezes tentamos esquecer ou se possível, apagar detalhes que nos marcam de uma forma tão profunda?
Mas por maior que seja o abismo em que tentamos escondê-las, elas voltam a superfície e não vem com leveza, aos poucos.
Não podemos desconstituir o que somos ou o que amamos.
À medida em que o tempo passa nos tornamos mais fortes, sólidos e coerentes ou não.
E é exatamente com esse passar de horas e anos que vemos as partes boas de tudo aquilo que nos aconteceu.
Costumava acreditar que tudo tinha um motivo, por mais dolorido que fosse, tinha que haver. 
Hoje, já não sei bem nem que idade habita em mim, alguns costumes se perderam e crenças também.
Me pergunto por que parti. Acho que o fim de certas coisas são inevitáveis e definitivamente fui no tempo certo.
Já não sei porque retorno. Talvez fosse a hora pra dizer que apesar de todo o caos eu sempre estive aqui. Sem coragem o suficiente para atravessar o mar de palavras soltas que deixei e dizer o que precisava ser dito. 
Havia calmaria e paz por aqui. Veio um vento forte, levou cada coisa para um lado, mas hoje tudo está em seu lugar.
Ensaiei por dias as palavras que precisava dizer e me vejo parada na porta sem lembrar uma delas sequer.
Talvez eu continue aquela mesma menina de anos atrás.
Talvez eu nunca tenha a coragem que você acreditava que eu tinha, mas saber que alguém não desistiu é uma lembrança constante que levo comigo, principalmente nos dias difíceis.


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