❝Now I'm wide awake thinking of you with every breath I take.

Segurou a mão dela nas suas. Guardou-a ali e a contemplou por um tempo sem fim. Ficavam os dois assim por horas e horas. Só se olhando, se tocando, se sentindo. Ela perdeu os medos, dos mais fortes aos mais fracos, como o que tinha do escuro. Podia ser qualquer sorriso, qualquer abraço, qualquer corpo, mas era o dele. E para ela, isso bastava. Era como se até as plantinhas recém nascidas naquele canteiro sem graça sussurrassem para ela " é ele, sempre foi." O trevinho de quatro folhas caído em algum lugar
( não que ela acreditasse em sorte )parecia dizer o mesmo, brincar de bem-me-quer-mal-me-quer, ele a queria. Coisas bobas flutuam na cabeça dela o tempo todo. Como borboletas, um monte delas, coloridas e glamourosas, batendo suas asas dentro de um pote de vidro. Eram tantos esses medos. Mas eles se foram. Volta e meia alguém usa uma máscara e tenta assustá-la, mas não demora muito e ele está ali, sorrindo pra ela, lhe chamando de mô. Se ele soubesse a paz que lhe traz cada vez que ele a chama de linda ou diz o quanto a gosta. Não que essas palavras fossem novas para ela. Justamente, não são.
Mas ditas por alguém que tinha os olhos brilhantes, quentes, os olhos dele. Olhos que pareciam estar gritando tanto sentimento lindo que tinha ali. E ela se perde dentro deles. E reconhece cada olhar. E quando ele inventa de ser bobo? E a cerca de brincadeiras, e a morde, aperta aqui, choraminga dali, pede um carinho, faz chantagem, pede um beijo, ameaça morder. Ela tenta, tenta, mas resistir à aquele olhar lindo, aquele sorriso de homem/menino que brinca com ela, é impossível. Por mais que peça pra parar a outra parte dela adora. Por mais que faça birra, fresque e diga que zangou, ela ama cada momento e ele sabe disso. Tem gente que é assim mesmo, invade a gente. E sem querer, quando menos esperamos já estamos contando os dias, as horas, os minutos, pra reencontrar esse alguém. E agora tudo faz sentido. Tudo que aconteceu antes parece se encaixar. A grama foi cortada, as flores cresceram, lindas, a casa tá pintada, arrumada e a mesa pro jantar já foi arrumada. Parecia esperar alguém. Ela ainda lembra o dia em que resolver sentar na varanda e esperar. Cabelos cortados, recém pintados, as unhas feitas e o vestido bem arrumado.
Sorriu pro espelho, sorriu pra si, sorriu pra vida. E aí, bem, aí ele chegou.
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